quarta-feira, novembro 16, 2005

Era uma vez... parte IV

Apesar de todas as dificuldades que atravessaram a vida de António e Maria Teresa, podemos dizer com bastante convicção que eram um casal muito feliz e que as suas crianças cresceram rodeadas de amor.

Não se pode dizer que a sua educação tenha sido a mais "habitual" para a época. Maria Teresa provinha de um país com tradições e crenças muito diferentes das nossas. Deste modo, e conjugando as duas culturas (talvez mais a chinesa), educou os seus filhos da melhor maneira que achou, sem a ajuda de ninguém. E fê-lo muito bem!

Sem nunca perder os seus hábitos religiosos e hábitos de vida, sempre que acordava, Maria Teresa meditava durante 10 minutos, para planear o seu dia ao minuto. Todos nós sabiamos que essa altura era "sagrada" para ela e nunca ninguém a incomodava. Dessa maneira, o dia corria como previsto, raramente fugindo ao planeado. Era a rainha da organização.

A certa altura da sua vida, devido a uma doença mal curada, Maria Teresa perdeu a sua total audição, o que dificultou ainda mais a sua adaptação à cultura portuguesa, mas sem a impedir completamente. Não chegou a aprender a ler, nem a escrever em português e tinha mesmo dificuldade com algumas palavras. Mesmo assim, e inventando um novo vocabulário, conseguia comunicar na perfeição com toda a gente, quer fosse por palavras, quer fosse por gestos.

E os anos passaram, tiveram ao todo 7 filhos, 4 rapazes e 3 raparigas, que hoje em dia são os irmãos mais unidos à face da Terra. O que faz com que todo o resto da família seja igualmente unida. (nunca vi primos como os meus!)

Mas infelizmente, no dia 13 de Janeiro de 1984, perdeu a sua vida duma forma brutal e desumana. Deixou-nos com imensas saudades, imensas recordações e imenso amor, sabendo que, onde quer que esteja, ela estará a olhar por nós!

ADORAMOS-VOS AVÓ TERESA E AVÔ TONE!

4 comentários:

Clara disse...

E disseste tudo!

Esta parte já conhecia, mas, apesar do desfecho ser trágico e triste, há uma história tão linda de amor entre mãe e filhos, que penso ficar eterna na vossa família. Foram educados com uma sabedoria e com um culto ao amor...

Beijos

AnaBond disse...

um grande legado ficou, e isso ninguém vos tira.
é bom que estas histórias nunca morram...

vou ver as fotos.... um enorme beijo.

Xuinha Foguetão disse...

Gostava de ter uma história assim para contar...

Muito bonita a história de amor que vos fez nascer!

Muitas beijocas.

Agente Saraiva disse...

Nós tivemos uma Super-Avó!

Carla, esta observação é que eu gostei: "nunca vi primos como os meus!"

;)